Eu não nasci palmeirense.
Ao contrário do que muitos torcedores costumam dizer, eu não o farei.
Assim digo: não nasci palmeirense.
Nem sequer sei quando me tornei, de fato, palmeirense.
Mas desde o momento em que abri meus olhos neste mundo, tenho certeza de que enxerguei o quão lindo e o quão difícil isso seria. Afinal, estávamos no ano de 2003, jogando pela série B.
Enquanto eu crescia, meu time recuperava a força de um clube já crescido e maduro o suficiente para honrar novamente a nossa camisa. E assim foi, em 2008, vi meu primeiro título: O Paulistão, o paulistinha, seja como for.
Eu me tornava palmeirense a cada grito de gol vindo da minha mãe, a cada vez em que ela cantava o hino escondido pra mim devido meu pai ser torcedor do São Paulo.
No entanto, quando eu entrei no antigo Palestra Itália pela primeira vez, quando eu pisei em campo de mãos dadas com o Valdívia no Pacaembu, aí sim eu SENTI o que é ser palmeirense.
E como sabemos, esse sentimento, nas palavras de Joelmir Beting, é desnecessário de se explicar a outro palmeirense, e impossível de assim fazer a quem não seja.
Apesar da minha eterna lembrança da Copa do Brasil de 2012, o ano seguinte, 2013, foi tão memorável quanto (desta vez, por um lado totalmente negativo).
Graças a 2015, então, eu VIVI o que é ser palmeirense, pela primeira vez na porta de um estádio em chamas alviverdes. Estádio esse que parecia até pequeno perto da gigante festa da torcida do lado de fora! E foi neste momento em que eu também percebi porque nos chamamos de “Família Palmeiras” e que ter um chiqueiro como casa é muito mais acolhedor do que eu poderia pensar.
E ainda naquele ano, eu finalmente aprenderia a SER palmeirense: a ser desacreditado, posto em dúvida, subestimado, mas... no fim? Parabenizado, glorificado.
Chegamos em 2016, depois 2018, e depois 2020. E daí eu aprendi que todo palmeirense tem suas superstições sobre os anos pares. E que promessas de títulos devem ser cumpridas.
Eu não sei o que vem pela frente pelos próximos meses, nem sequer pelos próximos anos, mas sei que hoje, posso gritar ao mundo com toda certeza: eu sou e sempre serei palmeirense. E consagrei esse sentimento em meu batismo alviverde, realizado na Academia de Futebol (CT) pelo divino Ademir da Guia.
Não dava pra ser diferente! Mesmo que toda minha família tenha me influenciado, eu escolhi ser palmeirense, ou melhor, o Palmeiras me escolheu. E eu o escolherei apesar de qualquer derrota, vitória, choro, suor e tremor de mãos. Se a bola entrar ou não, se a defesa vier ou não vier, torcendo de casa ou na arquibancada.
E quando eu crescer e meu filho nascer, eu vou passar todo esse amor a ele. O Breno carregará em seu nome a Glória Eterna e com ele ficará o legado de espalhar o melhor aprendizado que eu poderia ter tido na vida: SENTIR, depois VIVER e finalmente SER...
Palmeirense!
Escrito por: Luísa Ayres
Instagram: @parmerayres